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Ágora Energia vê cenários de preços elevados nos próximos meses

PLD pode até atingir valor acima de R$ 450/MWh em outubro, caso a média de chuvas prevista para o começo do período úmido seja frustrante, segundo projeção da Ágora Energia

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) pode até atingir valor acima de R$ 450/MWh em outubro, caso a média de chuvas prevista para o começo do período úmido seja frustrante, segundo projeção da Agora Energia.
A comercializadora apresentou a projeção em encontro realizado esta semana (28) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“A situação não é boa. Os preços estão muito elevados. Podemos imaginar em um dos cenários de preços do PLD acima de R$ 450/MWh.
Basta não chover. Precisamos de chuvas frequentes”, salientou o diretor de Comercialização da Agora, Eduardo Sorge. Segundo ele, as notícias para o SIN não são boas frente à falta de chuvas nos reservatórios dos subsistemas Sudeste-Centro-Oeste.
A situação nos subsistemas Norte e Sul, com chuvas abaixo da média, também é desfavorável para o sistema. Ele mostrou que uma fotografia da última semana de agosto apresenta características semelhantes às da crise hídrica registrada em 2021. A diferença, de acordo com Sorge, é
que os níveis dos reservatórios estão mais elevados em comparação ao outro ano.

“O ONS aponta em todas as semanas o uso de despacho térmico no atendimento da demanda. A partir de junho a situação começou a se agravar. Chegamos a agosto com situação complexa. A condição não é boa”, completou. Ele afirmou que a região Sul pode amenizar o cenário
de possível crise e os meses sequenciais são de anomalias.
Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência de 2024
Já o diretor de Regulação e Novos Negócios da Ágora Energia, José Sorge, na apresentação a necessidade de realização do Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Potência de 2024 (LRCap).
“Temos cada vez mais dificuldade de atender ao pico de carga líquida. Imagine o desafio que o ONS tem de fazer a carga ser atendida.
O que precisa? Ter Leilão de Potência. E eu diria que é a tendência para os futuros leilões”, defendeu.
Ele também destacou que a atual não atende ao mercado, comexplosão de subsídios. Ele defendeu a necessidade de uma abordagem mais técnica e com menos intervenções externas que “prejudicam o consumidor e encarecem a tarifa”.

Retrofit de usinas
No evento, o gerente em bioeletricidade da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Zilmar Souza, e o diretor de Regulação e Tecnologia da Cogen, Leonardo Caio Filho, reforçaram a importância de o setor de biomassas ter pleitos atendidos para ajustes no LRCap. Entre as três
propostas, o destaque é o ‘Produto Potência Termelétrica Sazonal’.
Nessa modalidade, poderiam participar os empreendimentos de geração termelétrica, novos e existentes, com CVIJ maior que zero e o compromisso de entrega de potência em megawatt na safra canavieira — de abril a novembro  no caso da região Centro-Sul. Souza destacou que o retrofit das usinas do setor sucroenergético pode fazer com que uri.
parte das usinas possa contribuir com o setor elétrico com uma energia ainda mais firme, entregando energia para o sistema interligado não apenas durante a safra.

Por Ester Obriem (30/08/2024).