Com todo respeito, mas não é o momento de Eólicas Offshore. Muito se fala de eólicas offshore no setor nos recentes anos. O PL 576/2021 tramita no Senado Federal, e segundo fontes do mercado pode sair da gaveta e voltar a tramitar.
É importante regulamentar esta fonte no Brasil, há um potencial estimado superior a 1000 GW, mas claramente não é o momento de se investir nestes projetos quando o país tem um potencial de 800 GW de eólica onshore e até o momento 32 GW de usinas em operação ou em teste segundo a ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica Onshore e Offshore e Novas Tecnologias.
A Petrobras anunciou que a eólica offshore não está em suas prioridades no momento. Ela que foi uma das maiores incentivadoras da discussão da fonte nos ultimos anos, mas agora anuncia que não tem planos pois falta demanda para contratação. É evidente que essa é a realidade há algum tempo no Brasil.
Não há demanda para os leilões de energia pelas distribuidoras pois desde a recessão profunda de 2014/2016, o país tem crescimento econômico insuficiente para permitir aumento da demanda de energia de forma sustentável e com atração de investimentos maciços na expansão da geração.
Para piorar o PL das offshore que pode voltar a tramitar, está repleto de “jabutis”, fora do tema offshore, que preveem continuidade de contratação compulsória de PCH e Usinas a Gás em flagrante confronto com o planejamento racional da expansão da geração realizado pela Empresa de Pesquisa Energética, prorrogação de subsídios ao carvão e extensão de subsídios para renováveis e geração distribuída.
O setor passa por uma crise de governança e tem um modelo de gestão totalmente defasado que não atende mais a realidade da diversidade tecnológica e operativa das fontes de geração. Vamos falar destes assuntos com a mesma ênfase que se fala de eólicas offshore?